Ainda
visto como um esporte perigoso para alguns, as Mixes Martial Arts vêm ganhando
legiões de fãs mundo afora. Mas, o que mudou do antigo Vale-Tudo, repudiado
antigamente no brasil, para o glamuroso MMA atual? Regras. Algumas regras foram
criadas para que a integridade física do atleta fosse preservada, e a mudança
causou uma baita repercussão.
Não foi pensando
em fazer as lutas durarem mais, mas em proteção, em legitimar, em fazer
daquelas batalhas uma luta, um esporte, uma arte. Com isso, hoje é necessário
que o atleta tenha a devida proteção para entrar dentro de um ringue. Luvas
abertas nos dedos, coquilha (protetor para genitais) e protetores bucais foram
acrescentados ao uniforme dos lutadores. O último não foi para manter um
sorriso bonito nas bocas de vitória, mas para evitar danos devido aos golpes
sofridos.
Mas, como
será que esses protetores funcionam? E do que e de que forma eles ajudam na
proteção dos lutadores?
Qual a
origem dos protetores bucais?
Os
protetores bucais surgiram na década de 40, idealizados pelos treinadores de
pugilistas. Percebendo que a maioria dos golpes estavam destinados à cabeça e
mento (queixo) e que esses golpes danificavam, em efeito cumulativo, os nervos
e vasos que passam acima da cavidade glenoide (base do crânio), viu-se a
necessidade de um tipo de proteção.
Por que é
necessário utilizá-los?
É notável
o baixo rendimento dos atletas quando não utilizam protetores bucais, pois os
golpes afetam tais nervos e artérias da base do crânio e o pugilista não
consegue agüentar um maior número de rounds. Assim surge o termo
‘nocaute’. Os protetores conseguem proteger a cavidade glenoide, os dentes e
todos os anexos bucais (língua, bochecha e gengiva).
Como são
feitos? São personalizados?
Existem
basicamente 3 tipos de protetores bucais, de acordo com a linha norte americana
e europeia.
1º- Protetor
de estoque (comuns): são pré-fabricados e vendidos em massa nas lojas
especializadas em esportes. Não são personalizados e absorvem pouco impacto.
Hoje são considerados desconfortáveis e de pouca eficácia, por isso pouco
utilizados.
2º- Termo-ajustáveis
(esquenta e morde): os protetores deste tipo têm a mesma forma, mas são
alterados quando colocados em água quente para amolecer. O atleta morde o
plástico aquecido para conseguir um bom encaixe nos dentes. Esse tipo de
protetor pode ser adquirido em lojas de produtos esportivos e são mais
confortáveis que os protetores comuns, mas não são idéias, pois não conseguem
adaptar-se perfeitamente às estruturas orais e ainda trazem dificuldades
para concentração, respiração e fala dos atletas.
3º- Personalizados
(feitos sob medida): diferente para cada usuário, esses protetores são
exatamente a cópia fiel dos dentes e estruturas anexas. São produzidos a partir
de uma moldagem realizada por um dentista. Adaptam-se perfeitamente à boca e
por isso são os mais confortáveis e de melhor proteção da base do crânio e
estruturas da boca. Além disso, não atrapalham a fala e a respiração. Eles
absorvem os impactos em quatro tipos de acordo com o esporte praticado pelo
atleta. Novas tecnologias e materiais já estão ao alcance dos dentistas que
estão se voltando para essa nova área.
Em quanto
são absorvidos os impactos com o uso dos protetores?
A
absorção do impacto varia de acordo com o número e o tipo de camadas. Os
protetores personalizados, chamados de “pesados profissionais”, conseguem
absorver mais de 80% do impacto, de acordo com alguns estudos europeus e
norte-americanos.
Em quais
modalidades se utiliza os protetores?
Em
praticamente todos os esportes de contato direto (corpo a corpo) ou indireto
(por objetos voadores) é indicada a utilização de protetores bucais. Em artes
marciais, poderíamos indicar o MMA, Muay Thai, qualquer tipo de Boxe,
Kickboxing, Jiu-Jitsu, Karatê, Judô e Taekwondo.